segunda-feira, 18 de maio de 2009

Fermentação e respiração

Fluídos circulantes

Nos animais com sistemas circulatórios abertos existe apenas um tipo de fluído circulante, a hemolinfa, que abandona os vasos sanguíneos, banhado directamente as células.
Os vertebrados possuem dois fluídos circulantes: o sangue e a linf. O sangue é constituído por plasma e elementos figurados (hemácias, leucócitos e plaquetas). Uma parte do plasma, ao abandonar os capilares sanguíneos, difunde-se, ocupando os espaços entre as células, constituindo o líquido intersticial ou linfa intersticial. Deste fluido as células obtêm os nutrientes e o oxigénio de que necessitam e libertam para ele as substâncias resultantes do seu metabolismo, como o dióxido de carbono e os produtos azotados. Algum do líquido intersticial, rico em produtos de excreção, passa, ao nível dos capilares venosos, de novo para o sangue num processo de contínua renovação. Outra parte da linfa intersticial é recolhida em capilares linfáticos, constituindo a linfa circulante, que é conduzida até vasos de maior calibre, os vasos linfáticos. A linfa circulante entra na corrente sanguínea pouco antes do sangue entar na aurícula direita. A renovação constante da linfa intersticial permite que as células obtenham continuamente nutrientes e oxigénio e eliminam os produtos resultantes do seu metabolismo. É desta forma que se estabelece um intercâmbio continuo de substâncias entre as células e o sangue, uma vez que este nunca abandona os vasos sanguíneos.
Nos vertebrados, para além do aparelho circulatório sanguíneo, existe, portanto, um sistema linfático formado pelos vasos linfáticos ramificados em capilares linfáticos e pelos orgãos linfóides. Este sistema desempenha funções muito importantes, destacando-se:
  • a recolha do líquido intersticial, ou linfa intersticial, que banha as células, fazendo-o regressar ao sangue;
  • um papel muito activo nos mecanismos imunitários ligados á defesa do organismo;
  • a absorção das gorduras no intestino, através de pequenos canais existentes nas vilosidades intestinais, os quilíferos, para o interior dos quais são absorvidos os produtos resultantes da digestão das gorduras
No seu conjunto , os fluidos circulantes são responsáveis pelo:
  • transporte, pelo plasma, dos nutrientes desde o intestino delgado, onde são absorvidos, ou desde os tecidos de reserva até as células;
  • transporte do oxigénio, pelas hemácias, desde as superfícies respiratórias até as células, e do dióxido de carbono dissolvido no plasma e, em menor quantidade, ligado ás hemácias;
  • remoção, pelo plasma, dos resíduos metabólicos para os rins, onde são excretados;
  • transporte no plasma de hormonas desde as glândulas endócrinas até ás células-alvo, sobre as quais actuam;
  • defesa do organismo contra agentes infecciosos ou substâncias estranhas pelos anticorpos e leucócitos presentes no plasma;
  • distribuição do calor externo ou metabólico por todo o organismo.

sexta-feira, 8 de maio de 2009

Sistemas de transporte fechados-aspectos comparativos nos Vertebrados

Os vertebrados possuem um sistema circulatório fechado que integra um coração muito desenvolvido capaz de impulsionar o sangue para todas as partes do corpo. O sangue sai do coração por vasos de grande calibre, as artérias, que vão ramificando em vasos menores, as arteríolas, que se dividem em vasos de pequeno diâmetro, os capilares. É ao nível dos capilares que ocorrem as trocas de materiais com o líquido intersticial dos diferentes tecidos. Os capilares voltam a reunir-se em vasos de maior calibre, as vénulas que, confluindo, originam vasos de grande diâmetro, as veias, que garantem o retorno do sangue ao coração.


Sistemas circulatórios em diferentes vertebrados


Peixes:

Os Peixes apresentam o coração com
duas cavidades, uma aurícula e um ventrículo, onde só circula sangue venoso. O sangue apenas segue um trajecto no seu percurso corporal - circulação simples.





Representação esquemática dos peixes




Anfíbios:

Nos Anfíbios, o coração possui três cavidades, duas aurículas e um ventrículo e o aumento de complexidade deste órgão permite que o sangue percorra dois trajectos distintos. Num desses trajectos o sangue venoso sai do ventrículo e vai aos órgãos respiratórios para ser oxigenado, regressando à aurícula esquerda - circulação pulmonar; no outro, o sangue arterial sai do ventrículo e vai para todos os tecidos do organismo, regressando venoso à aurícula direita circulação dupla, mas sem independência entre os dois trajectos, uma vez que os sangues se misturam parcialmente no ventrículo - circulação dupla e incompleta.

A circulação dupla é mais vantajosa que a circulação simples, porque o sangue é bombeado directamente para os tecidos, o que aumenta a pressão e a velocidade com que ele chega aos capilares.





Representação esquemática dos anfíbios






Répteis:

Nos Répteis o coração possui três cavidades, duas aurículas e um ventrículo (excepto os crocodilos, que possuem quatro cavidades), no entanto, o ventrículo está parcialmente dividido por um septo, que é incompleto. O facto de o septo não dividir o ventrículo em duas cavidades distintas permite que no seu interior ocorram misturas de sangue venoso e arterial - circulação dupla e incompleta.




Circulação nos répteis - A excepção é a circulação dos répteis crocodilianos, como os crocodilos e os jacarés. O ventrículo desses animais é completamente dividido, e o coração perfaz quatro câmaras: dois átrios e dois ventrículos. Entretanto, na emergência das artérias pulmonar e aorta, há uma comunicação, o forame de Panizza, pelo qual ainda ocorre mistura de sangue arterial e venoso.








Aves e Mamíferos:

Nas Aves e nos Mamíferos o coração possui quatro cavidades, duas aurículas e dois ventrículos, sendo a circulação sistémica independente da pulmonar. No lado direito do coração só circula sangue venoso e no lado esquerdo só circula sangue arterial. O sangue bombeado do ventrículo esquerdo para as células é muito arterializado, o que permite grande quantidade de oxigénio disponível e altas taxas de produção de energia. Parte dessa energia é produzida na forma de calor, garantindo a estes animais a manutenção de uma temperatura corporal constante - animais homeotérmicos.


terça-feira, 5 de maio de 2009

Sistemas circulatórios abertos e fechados

Nos insectos, o aparelho circulatório é constituído por um vaso dorsal com pequenas dilatações (coracões) que impulsionam o fluido circulante para a região anterior do corpo. Nessa região, o fluido sai para as cavidades (lacunas) que constituem o hemocélio, contactando directamente com as células do corpo animal. Após banhar as células, o fluido regressa ao sistema circulatório através de orifícios existentes nos corações. Neste tipo de aparelho circulatório o sangue sai do interior dos vasos e mistura-se com o líquido intersticial que circunda nas células, designando-se, por este facto, por sistema circulatório aberto e o líquido circulante por hemolinfa.


A minhoca, o sangue só circula no interior de vasos sanguíneos, não se misturando com o líquido intersticial- sistema circulatório. Neste aniaml existem dois vasos, um dorsal e outro ventral relativamente ao tubo digestivo, que comunicam entre si por vasos laterais. O vaso dorsal funciona como um coração, provocando o movimento do sangue da parte de trás para a frente do corpo. Na parte anterior do corpo existem cinco vasos lateriais (corações laterais ou arcos aórticos) que, ao contraírem, impulsam o sangue para o vaso ventral. Nos sistemas circulatórios abertos, as células contactam directamente com a hemolinfa, o que torna as trocas muito eficazes. Nos sistemas circulatórios fechados, o sangue flui mais rapidamente que nos sistemas circulatórios abertos, aumentando a eficiência do transporte de materiais ás células e assegurando níveis e assegurando níveis mais elevados de taxas metabólicas.



























Sistema Circulatório fechado-minhoca

domingo, 3 de maio de 2009

Transporte nos animais

As células dos animais estão rodeadas por um líquido interstecial com o qual efectuam trocas de materiais. Elas obtêm do líquido intersticial os nutrientes e o oxigénio, libertando para ele produtos resultantes do seu metabolismo, como dióxido de carbono e os produtos azotados. Na maioria dos animais, o fornecimento constante de nutrientes, as trocas gasosas e a expulsão dos resíduos azotados do líquido intersticial são realizados por um sistema circulatório.
Nos animais mais simples, como a hidra e a planária, devido ao reduzido número de camadas celulares, todas as células estão muito próximas da cavidade gastrovascular ou do meio externo. As pequenas distâncias que os nutrientes e os gases têm de percorrer permitem a sua difusão directa para o interior e o exterior das células, pelo que estes animais não possuem sistema circulatório.
Nos grupos mais evoluídos da escala animal, o elevado grau de diferenciação tecidular e orgânica faz com que as distâncias entre as superfícies de absorção dos nutrientes e as diferentemas circulatórios mais ou menos complexos que permitem o intercâmbio de materiais entre as células e o meio externo do organismo.
Um sistema circulatório compreende sempre:
  • um fluido circulante que garante o transporte dos nutrientes, a circulação de substâncias reguladoras, as trocas gasosas e o transporte dos resíduos a serem excretados;
  • um orgão destinado a impulsionar o fluído circulante- o coração;
  • uma rede mais ou menos complexa de canais de comunicação, entre os diferentes órgãos e tecidos do organismo, que permite o contacto do líquido circulante com o líquido intersticial de todas as células.